Arqueólogos encontram ossadas de 1,9 mil anos no México

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Arqueólogos mexicanos encontraram 120 esqueletos de até 1.885 anos em uma lagoa de uma caverna maia (que são conhecidas como cenotes), no estado de Quintana Roo, no caribe mexicano, informou o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH). A fonte disse que a lagoa, chamada de Las Calaveras ("As Caveiras"), com 30 metros de diâmetro, "poderia ser o depósito funerário melhor conservado da época pré-hispânica, e o de maior concentração de esqueletos humanos da área maia".

Até o momento foram encontradas 120 ossadas, e os arqueólogos que trabalham no local acreditam que o número deve chegar pelo menos a 150 com o prosseguimento das investigações. A arqueóloga Carmen Rojas informou que os esqueletos são de pessoas que morreram entre os anos 125 e 236, mais antigos que os encontrados em uma lagoa semelhante em Chichén Itzá, no estado de Iucatã.


Rojas disse que até antes da descoberta, o cenote de Iucatã era o que tinha maior número de ossadas. Os antigos maias usavam esses lagos como depósitos funerários. "Pelas características do lugar e o número de esqueletos encontrados, é provável que haja pelo menos outros 30, mas é possível haver até 200, ultrapassando o número de restos mortais localizados em uma das maiores cidades maias do período Clássico (125-236 d.C.): Tikal, na Guatemala", disse a especialista.

Desde 2007, o INAH realiza o registro das ossadas do cenote Las Calaveras, trabalho que conta com a participação da National Geographic. O local foi encontrado em 2002, quando uma mergulhadora avistou partes das ossadas.

Os restos mortais no cenote de Las Calaveras estão "em um perfeito estado de conservação, o que permitirá o desenvolvimento de estudos de genética e antropologia para conhecer mais a fundo a antiga população maia que viveu nesta região", comentou Rojas.

A arqueóloga explicou que estes espaços aquáticos tiveram a função de cemitérios. Algumas das ossadas encontradas apresentam tratamentos funerários, pois estão acompanhadas de vasilhas e animais, usados como oferendas. Para os antigos povos maias, os cenotes, assim como as cavernas, representavam entradas ao mundo dos mortos, chamado Xibalbá, e por isso eram usadas como câmaras funerárias naturais.

Agência EFE
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