Índia e China resistem a pedido de apoiar acordo de Copenhague

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A Índia e a China estão resistindo a pedidos de apoiar formalmente o Acordo de Copenhague pela luta contra o aquecimento global. Ele arrisca se desmanchar sem o suporte dos principais emissores.

Os dois países não declararam publicamente se desejam ser listados entre os "associados" do acordo, anunciado depois de uma reunião de líderes de economias emergentes e os Estados Unidos durante a conferência realizada em dezembro do ano passado.


"Este ponto ainda está sob consideração", disse um oficial indiano na sexta-feira. Oficiais indianos disseram que o secretariado sobre mudança climática da ONU enviou uma carta para Nova Déli (Índia) pedindo um esclarecimento de suas posições, "preferencialmente" até 10 de fevereiro.

Como Nova Déli, Beijing (China) expressou suporte ao Acordo, mas não quis afirmar se gostaria de ser um país "associado". Associados serão listados no topo do texto do tratado de três páginas.

"Não estão definidas quais seriam as implicações destas terminologias e linguagem", disse um oficial indiano.

80 listados
O acordo pode fracassar sem eles. Os Estados Unidos disseram que desejam ser "associados" apenas se nações desenvolvidas e nações em desenvolvimento "mais avançadas" também se inscreverem desta maneira.

Até agora, cerca de 80 dos 194 países-membros da ONU concordaram com isso.

O Acordo de Copenhague define a meta de limitar o aquecimento global em um aumento de menos de 2 graus Celsius em relação aos tempos pré-industriais.

Também indica a ajuda climática anual aos países pobres de US$ 100 bilhões até 2020 e US$ 10 bilhões anuais entre 2010 e 2012.

Nações em desenvolvimento temem que endossar o acordo muito fortemente poderia enfraquecer a Convenção do Clima da ONU de 1992, que diz que países desenvolvidos devem assumir a liderança na luta contra a mudança climática --que envolve desde desertificação até aumento do nível do mar.

Brasil e África do Sul
A África do Sul e Brasil, que formam o grupo "Basic" com a China e a Índia, expressaram desejo de serem associados, após cartas pedindo por este esclarecimento enviadas pela ONU.

"Nós recebemos [a carta da ONU] e respondemos afirmativamente, como fez o Brasil", disse Alf Wills, diretor do Departamento de Questões Ambientais da África do Sul.

Lavanya Rajamani, especialista em legislação ambiental no Centro de Pesquisa Política em Nova Déli, afirma acreditar que "a Índia esteja cautelosa quanto a se associar formalmente ao acordo".

"Embora o Acordo de Copenhague não seja um documento legalmente vinculante, ele tem de fato peso político considerável", diz ela.

Fim de jogo
A solicitação aos países para que se associem veio somente nas horas finais das discussões em Copenhague, depois que ficou claro que países em desenvolvimento como o Sudão e Cuba se opunham a ele.

A conferência terminou somente "notando" um acordo.

Um porta-voz do secretário de Energia e Clima britânico, Ed Miliband, disse que a ajuda aos países em desenvolvimento não estaria limitada aos "associados".

"Assinar o acordo não é condição para o envio de dinheiro facilitado", disse ele.

Agência Reuters
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