Ecoturismo - "Muito brasileiro", Barrichello volta a vencer após 5 anos

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Macacão aberto, mão direita no peito. Depois de exatos quatro anos, dez meses e 29 dias, 84 GPs, Rubens Barrichello voltou a subir no mais alto degrau do pódio, ontem, em Valencia.
Ao ouvir o hino nacional pela décima vez em 17 temporadas na F-1, porém, foi um piloto diferente, mais contido -mesmo tendo mantido sua "sambadinha"- ao festejar uma vitória carregada de simbolismos.
"É até meio triste falar isso, mas a vitória foi uma coisa normal", disse o brasileiro, sempre emotivo e que nunca mediu palavras após suas vitórias. A gritaria no rádio ao cruzar a linha de chegada e ouvir os cumprimentos de Ross Brawn foi a "maior extravagância" que se permitiu após prova perfeita.
"Estou com o sentimento de um piloto que lutou, lutou e chegou lá. A única diferença desta vitória é que ela vem depois de tanto tempo, de ter passado por altos e baixos, de ter quase vencido, de ter tido um companheiro ganhando e eu não", enumerou ele, que, com o resultado, reassumiu a vice-liderança do Mundial. Lewis Hamilton, da McLaren, e Kimi Raikkonen, da Ferrari, completaram o pódio na Espanha. "O resultado me dá um impulso a mais, mas sem tirar o pé do chão. Claro que é melhor estar agora 18 pontos atrás do que 26, mas não vai ser fácil."
Além de diminuir a desvantagem para Jenson Button na classificação, o triunfo de Barrichello colocou fim ao jejum que durava desde o GP da China de 2004. Apenas Bruce McLaren, que venceu em 1962 e depois em 1968, passou por um hiato tão grande entre uma vitória e outra na categoria. A conquista do GP da Europa ontem foi também a primeira desde que Barrichello deixou a Ferrari, no fim de 2005. Consequentemente, foi sua primeira pela Brawn GP, ex-Honda.
A última vez que um brasileiro havia vencido um GP sem estar a bordo de um carro da escuderia italiana havia sido no GP da Austrália de 1993, com Ayrton Senna, pela McLaren. Único representante do Brasil no grid em Valencia por conta do acidente com Felipe Massa na Hungria e da demissão de Nelsinho Piquet pela Renault, coube ainda a Barrichello a satisfação de conquistar a centésima vitória do país na F-1.
Triunfo que veio 39 anos depois de Emerson Fittipaldi ter entrado para a história, em Watkins Glen, nos Estados Unidos, como o primeiro a vencer uma etapa da principal categoria do automobilismo.
"Sou muito brasileiro, amo realmente o Brasil, foi emocionante", disse Barrichello. "Claro que após cinco anos sem vencer a pressão acaba ficando ruim, mas hoje [ontem] jogo tudo para fora. Agora estou livre para tentar vencer as seis provas que faltam para o fim do campeonato", completou.
Tatiana Cunha
Folha de S. Paulo

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