G20 se compromete a manter pacotes de ajuda

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Os líderes das Finanças do G20 focaram neste sábado os pagamentos excessivos a banqueiros durante a crise financeira e insistiram que trilhões de dólares em ajuda econômica governamental serão necessários por mais algum tempo.

Embora a economia global pareça em melhor situação do que em abril, quando os ministros das Finanças e integrantes de bancos centrais do G20 também se reuniram, o comunicado do novo encontro afirma que eles não removerão os estímulos até que a recuperação econômica esteja sólida.

Enquanto o prazo para essas eventuais mudanças pode variar, o G20 afirmou pela primeira vez que deve haver alguma coordenação para evitar um impulso internacional desfavorável à economia.

Mas como o foco mudou do combate à crise para o estabelecimento de um sistema financeiro mais seguro para o futuro, os ministros não chegaram ao consenso sobre planos para controlar os grandes bônus pagos a banqueiros e usar mais os lucros das instituições para construir medidas contra futuras crises.

"Não podemos colocar o mundo em uma posição na qual as coisas voltem para o patamar onde elas estavam no auge da crise", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner.

"Isso não pode acontecer, não irá acontecer e você não pode esperar que os mercados resolvam esse problema sozinhos, porque é um problema de grande ação coletiva. Então tem que vir através de coisas que os países legislam", acrescentou.

"Os erros clássicos de política econômica durante crises são que os governos tendem a agir muito tarde e com força insuficiente e depois colocam freios muito cedo", afirmou Geithner. "Não repetiremos esses erros."

ALÉM DOS ACORDOS
Em um comunicado final, as autoridades do G20, formado por países ricos e em desenvolvimento, também disseram que iriam trabalhar com o Fundo Monetário Internacional e o Comitê de Estabilidade Financeira para desenvolver estratégias de cooperação e coordenadas.

Nos bastidores, algumas fontes do G20 expressaram frustração de que não havia mais progressos para frear os pagamentos excessivos a banqueiros, particularmente aqueles contratados por empresas que receberam bilhões de dólares de ajuda governamental.

"Há um grande acordo sobre o que se fazer. O problema é que precisamos ir além dos acordos. Precisamos ter medidas concretas", afirmou o chefe do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn. "Estou impressionado pelo nível de consenso, mas ainda estou esperando por medidas fortes para serem decididas e implementadas no nível nacional."

Com os políticos procurando alguém para culpar pela recessão, a retórica antes da reunião havia tido como alvo os banqueiros e os seus bônus de milhões de dólares. No entanto, os ministros não chegaram a um acordo sobre um teto para esses bônus, como havia sido defendido por alguns países e organizações internacionais.

Eles concordaram em criar uma estrutura global para impor controles mais rígidos sobre pagamentos em instituições financeiras e assim desencorajar banqueiros a assumirem os tipos de riscos que iniciaram a crise atual.

Esses controles incluem postergar pagamentos de gratificação e submetê-los a um sistema para possíveis devoluções, no caso de problemas nos mercados. O compromisso foi de que o Conselho de Estabilidade Financeira vai estudar o tema dos limites e toda a questão de pagamentos.

"Gratificações não podem premiar falhas ou estimular riscos", disse o premiê britânico, Gordon Brown, no início da reunião em Londres.

Sumeet Desai e Louise Egan
Reuters
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