Desmate para biocombustível não entra na conta do Protocolo de Kyoto, diz estudo

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Os biocombustíveis não estão contabilizados no Protocolo de Kyoto e outros textos legislativos sobre o clima, apesar de contribuirem para as emissões de gases de efeito estufa ao incentivar principalmente o desmatamento, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira (22) pela revista "Science".

Nenhum grande país leva em conta atualmente as emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes das mudanças do uso das terras de cultivo vinculado aos programas de produção de biocombustíveis destinados a reduzir o uso de energias fósseis, afirmam os pesquisadores.

Assim como o Protocolo de Kyoto, o sistema de mercado de direitos de emissões carbônicas da União Europeia e o projeto de lei sobre o clima adotado recentemente pela Câmara de Representantes dos Estados Unidos não contabilizam as emissões de CO2 provenientes da produção de biocombustíveis, qualquer que seja a origem da biomassa, segundo os pesquisadores.

Mas um modelo de computador utilizado pelos cientistas integrando toda uma gama de variáveis mostra que "os diferentes modos de utilização de terras dentro dos programas intensivos para produzir biocombustíveis podem conduzir a importantes emissões de CO2", segundo o principal autor do estudo, Jerry Melillo, do Marine Biological Laboratory, um organismo privado de pesquisa sem fins lucrativos.

Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia afirmado que o Brasil é capaz de produzir o etanol para biocombustível preservando a Amazônia e o Pantanal, e que será exemplo ao "chamado mundo desenvolvido" que, segundo o presidente, "tanto reclama do aquecimento do planeta e que tão pouco faz".

France Presse, em Washington
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