Público deve ser convencido de ameaça climática, dizem especialistas

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O público precisa ser convencido da ameaça da mudança climática de forma que os governos sejam pressionados a adotar políticas públicas mais rigorosas e a ampliar o pacto da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague em dezembro, afirmam especialistas.

Convencer o público de que os efeitos no longo prazo da mudança climática podem ser evitados por ação imediata deveria ser uma prioridade, disseram especialistas em psicologia numa conferência sobre a mudança climática em Londres nesta semana.

Estão agendadas apenas mais duas reuniões de ministros de mais de 190 países antes da cúpula climática de Copenhague, que ocorrerá entre 7 e 18 de dezembro, e eles ainda estão barganhando sobre o novo acordo.

"O progresso por vezes pode acontecer sem muito envolvimento público, mas a mudança climática não é um desses casos", afirmou Paul Stern, do Conselho de Pesquisa Nacional dos Estados Unidos, que assessora o governo norte-americano em questões como saúde e ciência.

Os cientistas afirmam que o aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, por conta do incremento do uso de combustíveis fósseis, do desmatamento e dos transportes, levará não apenas a inundações, mas à disseminação de secas, da fome e de doenças, especialmente nos países pobres.

As estatísticas mostram que o interesse e a compreensão da população sobre a mudança climática diminuíram em alguns países recentemente, em parte porque a crise econômica fez o meio ambiente deixar de ser prioridade.

Menos da metade dos britânicos acredita que a mudança climática irá afetá-los durante a vida deles e menos de um quinto acha que ela terá impacto sobre seus filhos, descobriu uma pesquisa do governo da Reino Unido este mês.

Uma sondagem do Pew Research Centre indicou que 57% dos norte-americanos acreditam que exista evidência sólida de aquecimento global, abaixo dos 71% do ano passado. Eleitores australianos não consideram mais a mudança climática a principal questão, classificando-a em sétimo lugar entre 10 possíveis metas da política externa, mostrou uma pesquisa de opinião este mês.

"A crise econômica provavelmente afastou a preocupação das pessoas com o ambiente e levou a uma maior preocupação com o interesse próprio na economia no curto prazo", afirmou Tim Kasser, professor de psicologia no Knox College, em Illinois, à Reuters num email.

Nina Chesney
Reuters
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