Brasil será "parte da solução" em Copenhague, diz negociador

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O negociador-chefe do Ministério das Relações Exteriores para assuntos ambientais, Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse nesta terça-feira em São Paulo que o Brasil entende que será "parte da solução" na Cúpula sobre a Mudança Climática que será realizada mês que vem em Copenhague. Durante um encontro com correspondentes estrangeiros, Figueiredo Machado criticou as "dificuldades dos países industrializados em traduzir as metas que anunciam na imprensa em compromissos numéricos no âmbito da negociação".

Para Figueiredo Machado, "os países em desenvolvimento parecem mais dispostos a atuar do que muitos dos países desenvolvidos", embora tenha esclarecido, sem querer dar exemplos, que "nem todos, já que alguns dão um bom exemplo de que querem fazer progressos". "Estamos em uma fase da negociação de extrema incerteza em certas áreas", disse, ao mesmo tempo em que assinalou que "o problema" será causado pelos que comparecerem à capital dinamarquesa oferecendo "esforços baixos" quanto à redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.

Segundo o negociador-chefe, "enquanto não se atacar a questão da matriz energética mais limpa com ações, a crise do clima não será controlada". Figueiredo Machado também quis deixar claro que "o Brasil é o mais próximo a uma economia de baixo carbono, pois tem taxas de energia renovável da ordem de 45%, enquanto os países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) não passam de 5%". "Estamos tomando medidas que não vejo outros países tomarem. Outros talvez falem mais e fazem menos", sentenciou.

Segundo Figueiredo Machado, o Brasil "trabalha com a intenção de ter em Copenhague um acordo robusto" que, além disso, seja "coerente com o que a ciência está dizendo" em relação ao que chamou de "crise do clima". Entre os dias 8 e 17 de dezembro, Copenhague receberá a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática.

O governo tem insistido em que apresentará uma oferta ambiciosa quanto a ações relativas ao assunto, mas não incluirá metas obrigatórias, disse ontem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

EFE
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