Obama e UE saem em busca de acordo sobre mudança climática

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A luta contra a mudança climática e as negociações para o sucesso da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, no mês que vem, em Copenhague, centraram nesta terça a reunião entre o presidente americano, Barack Obama, e representantes da União Europeia (UE).

Obama se reuniu hoje com a delegação liderada pelo presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso; o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt; e o alto representante da UE para a Política Externa, Javier Solana.

A agenda do encontro, que durou cerca de uma hora, incluiu as negociações sobre o programa nuclear iraniano e a nova estratégia que Obama prepara para a guerra no Afeganistão.

A crise econômica mundial e a ratificação do Tratado de Lisboa entre os países-membros da UE, a luta contra o terrorismo e o conflito no Oriente Médio também mereceram a atenção dos líderes.

Em declarações após a reunião, quando seus participantes não receberam perguntas da imprensa, Durão Barroso disse estar mais otimista sobre as possibilidades de sucesso de um acordo contra a mudança climática resultante da conferência em Copenhague.

"Me sinto mais confiante agora do que em dias anteriores", disse Durão Barroso, algo que atribuiu à "liderança do presidente Obama".

"Obama mudou o clima em relação à mudança climática", afirmou o titular da Comissão Europeia.

Previamente, Durão Barroso tinha se declarado "preocupado" com a falta de progressos rumo à conferência de Copenhague e tinha destacado a necessidade de que os Estados Unidos adotassem um papel de liderança.

Obama ressaltou que tanto seu Governo, como os 27 países da UE, concordam que é "imprescindível" redobrar os esforços para ter sucesso nessa reunião e evitar "um desastre ecológico em potencial".

Os líderes mundiais propuseram um plano para cortar o aquecimento global em 2°C, lembrou o primeiro-ministro sueco, que já tinha se reunido em caráter bilateral com Obama na segunda-feira.

"Precisamos de um acordo que possa atingir o objetivo dos dois graus", afirmou Reinfeldt, que transmitiu ao presidente dos EUA "as grandes esperanças sobre sua liderança neste assunto".

Horas antes, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu durante discurso às duas câmaras do Congresso americano um acordo firme contra a mudança climática.

"Não temos tempo a perder. Precisamos de um acordo em Copenhague", insistiu Merkel, ao destacar que, "em dezembro, o mundo terá os olhos voltados para os EUA e a Europa".

"É verdade que não pode haver um acordo sem Índia ou China, mas estou convencida de que, assim que nós chegarmos a um acordo vinculativo, poderemos convencê-los", afirmou a chanceler.

Embora Obama seja um firme defensor da luta contra o aquecimento global, o Congresso americano não deve aprovar nenhuma legislação que avance neste sentido até o final de 2009.

Em suas declarações, o presidente dos EUA também comentou a assinatura do Tratado de Lisboa hoje por parte do presidente tcheco, Vaclav Klaus, e disse que "uma UE fortalecida e renovada será uma parceira ainda melhor para os EUA".

A República Tcheca foi o último país a assinar o tratado, apesar de seu Parlamento ter aprovado o documento em maio.

Os líderes europeus e Obama também expressaram hoje seu compromisso de manter uma estreita coordenação nas negociações com Teerã sobre o programa nuclear iraniano.

Os EUA e a UE querem "enviar a Teerã a clara mensagem de que queremos que seja um membro pleno da comunidade de nações, mas que devem atuar de modo coerente com as normas e responsabilidades internacionais no que diz respeito a seu programa nuclear", declarou Obama.

Agência EFE
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