Que mundo viverá nossa futura geração?
Seria demagogia, ignorância ou desespero esperar que de uma reunião com lideres mundiais saia à solução para um planeta melhor. Talvez fosse considerado uma anarquia ou pensamento comunista o emprego nesse momento da célebre frase que diz: “Um povo educado não precisa de líderes.”
Sim, somos nós, com nossos atos e atitudes que podemos mudar o que nenhum COP irá conseguir. Agindo no efeito formiguinha, cada um fazendo sua parte, sem esperar nenhuma decisão mirabolante por parte de ninguém; a receita é simples e todos sabem, mas a raça humana sempre delega ao outro a solução dos problemas.
Durante a viagem da expedição “Brasil cada canto um encanto”, em Conceição da Barra (ES), após encontramos latas de cerveja e sacolas plásticas numa área de natureza praticamente virgem, a turismóloga do município Valdileia Alves proferiu uma importante frase que para manter a aparência de estar tudo sob controle, nenhum tumulto internacional terá coragem de chegar a tão simples constatação: “O ser humano é predador de si próprio.”
Nós e nossa estranha mania de acharmos que somos o centro do universo, de acharmos que estamos aqui a passeio e que a Terra é um grande salão de festa. Poluímos e ensinamos nossos filhos a poluir e depois esperamos uma solução do governo.
Estão gastando bilhões em “aparência” e esquecem do princípio da reciclagem material e mental. Nada adianta falar de gases poluentes, atribuir até ao arroto ou aos gases dos animais a decadência global.
O mar está engolindo diversas cidades, assim como a seca devora outras tantas, o clima não é mais o mesmo e as estações do ano que conhecemos no calendário fazem parte do século passado.
Paises intitulados desenvolvidos exportam seus lixos em containeres, e a notícia que sobrepõe à arrogância e prepotência humana: Ainda não é possível abandonar este planeta.
Enquanto alguns líderes fingem procurar a solução para continuar havendo vida na terra, ao mesmo tempo estão com os olhos focados no espaço procurando um novo planeta habitável.
Em que mundo viverá nossa futura geração? Será que nossos tataranetos nos chamarão de terráqueos, ou de idiotas? Os apocalípticos destruidores do planeta, a raça que se dizia inteligente e não sabia o que fazer com a bituca do cigarro, a embalagem do biscoito, a lata de cerveja.
Pensamos tanto na importância de sermos o que somos, que cometemos o suicídio, mas o crime é maior pela falta de consciência e pela valorização excessiva do “eu”, não nos damos conta de que na verdade cometemos um genocídio.
A turismóloga tem razão: o homem é predador de si próprio.
Seria a racionalidade que nos torna tão irracional? Porque será que as fábulas usam os animais para dar lição aos homens?
Laércio Guidio – Jornalista
MTb 54867/SP
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