De Boer critica ajuda financeira climática "reciclada" a países pobres

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O secretário-executivo da Convenção do Clima das Nações Unidas, Yvo de Boer, reclamou no domingo (6) da tentativa de países ricos "reetiquetarem" com o selo "clima" os pacotes de ajuda que já existem para ajudar nações pobres.

Segundo ele, a transferência de recursos a ser definida no na conferência de Copenhague precisa ser adicional aos esforços já previstos para combater a pobreza.

"Acho muito importante que esta conferência não tenha como resultado a reciclagem de ajuda", disse De Boer em entrevista coletiva, sem mencionar a quem estava se referindo.

A declaração foi dada no mesmo dia em que a ONG Oxfam lançou campanha contra o que chama de "canibalização" de pacotes de ajuda, sobretudo na União Europeia. Um documento vazado na Suécia, que detém agora a presidência da UE, diz que, "fundos já existentes precisam ser usados para ações de desencadeamento rápido" para ajudar pobres a lidarem com a mudança climática.

Contudo, Anders Turesson, negociador da Suécia para a conferência de Copenhague, nega que haja essa intenção. "Muitos países, incluindo o meu, se planejaram para Copenhague, e o dinheiro já está nos orçamentos estatais", disse.

A Oxfam estima que países pobres precisem de US$ 200 bilhões por ano de ajuda adicional para lidar com a mudança climática até 2020, enquanto a UE fala em até US$ 50 bilhões.

Ainda assim, De Boer se disse "estimulado" com conversas que tem mantido com autoridades da UE. Com números, só falou sobre o Japão, de quem espera ajuda "perto de US$ 10 bilhões".

Os EUA têm como seu trunfo a proposta do senador John Kerry de liberar US$ 3 bilhões para um fundo de ajuda a países pobres já em 2011, mas não falam ainda no longo prazo.

Folha de São Paulo
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