ONU diz que acordo sobre clima pode não incluir ajuda financeira

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que um acordo final na Conferência sobre mudanças climáticas em Copenhague, pode não incluir a ajuda financeira prometida aos países em desenvolvimento, diz a manchete do jornal britânico "Financial Times" nesta quarta-feira (16).

Segundo o diário, a admissão de Ban Ki-Moon "vai enfurecer as nações mais pobres e potencialmente aniquilar um acordo amplo" em Copenhague.

Em entrevista ao "FT", a apenas três dias antes do fim da conferência, Ban Ki-Moon afirmou que o acordo poderá ser assinado "sem um firme compromisso das nações desenvolvidas a longo prazo para ajudar os países pobres a combater o aquecimento global.

"Podemos começar o próximo ano discutindo este assunto", disse o secretário-geral da ONU ao jornal.

A ajuda financeira dos países ricos aos países em desenvolvimento é vista como um dos quatro elementos essenciais para que seja fechado um acordo em Copenhague, afirma o diário britânico.

Resistências
"Os países em desenvolvimento há muito tempo insistem que qualquer acordo em Copenhague tem que incluir garantias de que eles receberiam ajuda financeira de pelo menos US$ 100 bilhões por ano até 2020, uma exigência a qual resistem alguns dos países mais ricos, inclusive os Estados Unidos", afirma o FT.

Ban Ki-Moon disse ao jornal que não tem certeza se será possível chegar a um acordo sobre o financiamento a longo prazo, e afirmou que o valor desta ajuda não deve ser a única discussão, já que há muitas outras questões importantes.

"Mas Ban também disse que os países desenvolvidos devem começar imediatamente a negociar seu compromisso de longo prazo com os países em desenvolvimento, para alcançar o maior progresso possível em Copenhague", diz o jornal.

"Acho que eles precisam começar a discutir o assunto o mais rapidamente possível", disse Ban ao diário.

"Tendo sido feitos na véspera da chegada da maioria dos esperados 115 líderes nacionais em Copenhague, os comentários de Ban podem provocar mais distúrbios nas negociações, com apenas três dias para que seja concluído um acordo", escreve o FT.

BBC Brasil
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