Companhias aéreas têm pior ano desde pós-guerra, diz entidade do setor

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O ano de 2009 teve a maior queda no tráfego aéreo de passageiros desde o pós-guerra segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) divulgados nesta quarta-feira em Genebra.

"Em termos de demanda, 2009 entra para a história como o pior já visto pelo setor. Nós perdemos permanentemente 2,5 anos de crescimento no mercado de passageiros e 3,5 anos de crescimento no setor de cargas", afirmou o diretor-geral da associação Giovanni Bisignani.


O tráfego de passageiros registrou uma queda de 3,5% em 2009 em relação a 2008. O transporte aéreo de cargas, por sua vez, registrou uma queda de 10,1% em 2009.

A Iata estima que, coletivamente, as companhias aéreas perderam US$ 11 bilhões em 2009 e deverão perder mais US$ 5,6 bilhões em 2010.

No entanto, nem todos os números são negativos e, em dezembro, houve um aumento do tráfego em 1,6% em relação a dezembro de 2008.

E regiões como América Latina e Oriente Médio registraram um aumento no tráfego aéreo de passageiros em 2009.

Sem comemorações
As companhias aéreas africanas foram as que mais sofreram em 2009, com a queda no tráfego aéreo de passageiros de 6,8%.

Companhias da América do Norte e da região que compreende a Ásia e Oceano Pacífico registraram queda de 5,8% e as companhias europeias tiveram queda de demanda de 5% em 2009.

Mas, o tráfego aéreo de companhias da América Latina registrou um aumento pequeno, de apenas 0,3% "devido ao impacto da gripe suína no segundo e terceiro trimestres". Em dezembro, a região registrou aumento no tráfego aéreo de 7,1%.

Já as companhias do Oriente Médio tiveram um crescimento ainda maior no tráfego aéreo de passageiros em 2009, 11,2% e, apenas em dezembro, o crescimento foi de 19,1%.

Apesar do aumento registrado em dezembro de 2009, a Iata afirma que 2010 será um ano difíci para todo o mundo.

"O setor inicia 2010 com desafios enormes", afirmou Giovanni Bisignani.

"Passamos pelo pior, mas não é hora de comemorar. O ajuste (das companhias) ao período de 2,5 anos a 3,5 anos de perda de crescimento significa que as companhias aéreas terão outro ano espartano pela frente, concentrado no controle de custos", acrescentou.

Analistas afirmam que os cortes nos preços, que visam atrair mais passageiros, vão diminuir os lucros das companhias aéreas.

"As guerras de preço entre as companhias aéreas significam que rendimentos e lucros serão baixos. As companhias aéreas estão lutando para encher suas aeronaves e passagens com descontos conseguiram pouco para aliviar a pressão dos custos", afirmou Saj Ahmad, analista independente do setor.

BBC Brasil
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