Peru declara estado de emergência em Machu Picchu por chuvas que ilharam turistas

Ecoturismo & Sustentabilidade

O governo peruano declarou estado de emergência por 60 dias em Cusco e Apurimac por causa das chuvas intensas que alagaram os trilhos do trem e estradas da região e deixaram cerca de 2.000 turistas ilhados em Machu Picchu. Segundo a rede Globo, há cerca de 100 turistas brasileiros no grupo.

O primeiro-ministro peruano, Javier Velasquez Quesquen, anunciou em entrevista a jornalistas que o alerta inclui as cidades de Calca, Quispicanchi, Cusco Ciudad, Urubamba, Canchis, La Convención e Anta.


Segundo Quesquen, o governo está preparando um decreto para permitir que o governo regional de Cusco utilize a verba da mineração para lidar com a situação de emergência. "Para nossos irmãos de Cusco e os turistas, nós queremos informar que estamos tratando esta emergência como nossa prioridade", disse o primeiro-ministro, citado pela Andina.

O primeiro-ministro disse ainda que vai visitar a região na manhã desta terça-feira com os ministros e autoridades da Defesa Civil para avaliar os danos e decidir quais as próximas ações.

Uma turista em Cuzco falou por telefone a uma rádio de Lima e afirmou que mais de duas mil pessoas estavam no estádio da localidade de Aguas Calientes, perto de Machu Picchu, à espera de ajuda.

O Itamaraty confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que há um grupo de brasileiros no local. A embaixada brasileira naquele país "está em contato com o governo peruano" para que seja organizada uma retirada em segurança, disse o assessor, acrescentando que os cidadãos estavam sendo tratados pela empresa ferroviária local.

Resgate

Segundo o ministro de Defesa peruano, Rafael Rey Rey, citado pela agência de notícias peruana Andina, cinco helicópteros das Forças Armadas foram enviados ao local para realizar a retirada dos turistas e moradores.

Os helicópteros levarão as pessoas para o estádio Ollantaytambo e, de lá, afirma Andina, de volta a Cusco pela estrada. Os turistas devem voltar para os hotéis onde estão hospedados ou para a estação de trem, para aguardar a liberação dos trilhos e deixar a região.

As chuvas, as mais intensas em mais de 15 anos segundo o governo peruano, provocaram deslizamentos de terra, inundando dezenas de casas em algumas regiões de Cusco e em outras afetaram a única ferrovia que leva a Machu Picchu, que está 1.100 quilômetros a sudeste de Lima.

"[Os turistas] estão distribuídos em hotéis e albergues, e alguns na estação ferroviária. O tema logístico de abastecimento está garantido para três a quatro dias, não há preocupação por esse lado", afirmou o ministro do Comércio Exterior e Turismo, Martín Pérez.

"Estamos pedindo aos turistas que não venham aqui por causa das chuvas", disse o prefeito Edgar Miranda à rádio CPN.

Vítimas
No fim de semana, as chuvas intensas provocaram o desmoronamento de algumas casas e a morte de uma idosa e uma criança, segundo autoridades locais.

O ministro Pérez disse que as chuvas são as piores em 15 anos e que também destruíram trechos de estradas e provocaram a suspensão do serviço de trens à cidade história de Machu Picchu, declarada como uma das novas maravilhas do mundo.

As chuvas, frequentes nos Andes peruanos durante o verão na costa do oceano Pacífico, obrigaram o governo central a suspender temporariamente os voos comerciais de Lima a Cuzco devido ao "mau tempo".

Folha de São Paulo
0 Responses