China questiona causa do aquecimento, mas quer cortar emissões

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O negociador da China para questões climáticas disse nesta quarta-feira que a causa do aquecimento global ainda não está clara, mas os problemas decorrentes são tão graves que o mundo deve agir de qualquer maneira para reduzir as emissões dos gases-estufa.



Xie Zhenhua, vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional, também alertou os Estados Unidos de que não deveriam usar divergências nacionais sobre as mudanças climáticas como uma desculpa para repassar suas responsabilidades a outros países.

"Há ainda dois pontos de vistas diferentes no campo científico sobre a causa do aquecimento", disse Xie em coletiva de imprensa durante a sessão anual do parlamento chinês. "Atualmente... a visão mais comum é que a combustão de grandes quantidades de combustíveis fósseis durante o processo de industrialização causou um aumento dos gases-estufa, o que causou o aquecimento global", disse.

"Outro ponto de vista sustenta que a principal razão são mudanças naturais no ambiente. Há um ponto de vista ainda mais extremo, de que a influência humana nas mudanças da natureza só pode ser minúscula", acrescentou.

A convicção pública dos riscos do aquecimento global pode ter sido prejudicada pelo reconhecimento de dois erros pelo painel climático da ONU e divulgação de e-mails de cientistas criticando os céticos.

Mas o Painel Intergovernamental da ONU para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) defendeu sua principal descoberta de 2007. O órgão afirmou estar 90 por cento certo de que as atividades humanas foram a causa principal do aquecimento global nos últimos 50 anos.

Xie deixou claro que Pequim não tem intenção de recuar em seus compromissos ambiciosos de um crescimento mais limpo, visto como vital para a segurança energética e crescimento, bem como no combate ao aquecimento.

Reuters
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