Cientistas encontram fóssil de tubarão de dez metros e 89 mi de anos

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Os restos fossilizados de um tubarão de dez metros de comprimento foram encontrados por cientistas americanos no Estado do Kansas.

Os pesquisadores desenterraram um pedaço do osso da mandíbula, dentes e escamas do tubarão que teria vivido há cerca de 89 milhões de anos. Paleontologistas já sabiam da existência do predador, mas a descoberta sugere que ele era muito maior do que o previsto anteriormente.

Na semana passada os cientistas também divulgaram detalhes de outra descoberta, um peixe gigante que comia apenas plâncton e viveu há cerca de cem milhões de anos.


Mas, este novo peixe, o Ptychodus mortoni, era maior e mais feroz, e seu alimento era carne. O predador pode ter sido o maior animal consumidor de moluscos que já habitou a Terra.

Kenshu Shimada, da Universidade DePaul, de Chicago, encontrou os fósseis e afirma que o pedaço do osso da mandíbula é gigantesco.

"Apesar de representar apenas uma parte do corpo do tubarão, os fragmentos do osso da mandíbula são gigantescos. Estima-se que o comprimento da mandíbula era de quase um metro, e isso sugere que tubarão poderia chegar pelo menos aos dez metros de comprimento", afirmou o cientista.

A nova descoberta foi publicada na revista especializada "Cretaceous Research".

Tubarão-lixa

Devido à falta de um esqueleto completo, é difícil visualizar a aparência do tubarão. Mas Shimada suspeita que o corpo do predador era muito parecido com o corpo do tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum), com sua cabeça larga e arredondada e o corpo robusto.

No entanto, os dentes e o estilo de vida do tubarão pré-histórico seriam muito diferentes do tubarão moderno.

Centenas de dentes fortes estariam alinhados nas partes de baixo e de cima da boca do tubarão pré-histórico, o que permitiria que o predador fosse capaz de esmagar moluscos.

"Isto, por sua vez, sugere que o P. mortoni provavelmente era um tubarão que vivia no fundo do mar, vagaroso, ao invés de ser um nadador rápido e ágil", afirmou o pesquisador.

No entanto, ainda não se sabe a razão de o predador ser tão grande.

"O aparecimento de grandes ptychodontids coincide aproximadamente com a época em que muitos outros tipos de organismos, incluindo moluscos e tubarões e outros peixes, ficaram maiores", disse Shimada.

"Claramente, os recursos alimentícios devem ter sido abundantes no ecossistema marinho para alimentar estes organismos tão grandes."

Mar interior

Kenshu Shimada e seus colegas encontraram os restos fossilizados do tubarão em rochas calcárias do Estado do Kansas.

"Naquela época o Kansas estava no meio de um mar interior [...] que se estendia na direção norte-sul pela América do Norte", afirmou.

A equipe do cientista já tinha anunciado na semana passada, na revista "Science", os detalhes de como toda uma "dinastia" de grandes peixes consumidores de plâncton vagou pelos oceanos entre 66 e 172 milhões de anos atrás.

Estes peixes foram extintos junto com os dinossauros.

Depois do desaparecimento destes peixes do ecossistema marinho, mamíferos cartilaginosos como as grandes arraias, tubarões gigantes e tubarões-baleia começaram a se adaptar para assumir o papel ecológico semelhante ao dos peixes gigantes pré-históricos.

BBC Brasil 
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