Brasileiros procuram bagagens no Porto

Ecoturismo & Sustentabilidade


Cerca de 60 contêineres com roupas, camas e outros móveis, fotos de família, brinquedos, quadros e livros ­ que pertencem a brasileiros que moravam ou ainda residem nos Estados Unidos (EUA) ­ estão retidos no Porto de Santos. Seus proprietários afirmam terem sido enganados pela empresa norte americana Adonai Express Moving, que faliu em março último.

A Adonai era do brasileiro Paulo Pepe Bezerra, que realizava serviços de mudanças internacionais para a comunidade brasileira nos EUA. Os donos das cargas retidas são exatamente as pessoas que haviam contratado a companhia quando ela pediu falência.

Segundo os clientes, com a Adonai fora de atividade, muitas de suas cargas acabaram abandonadas nos portos brasileiros. Sem os documentos de importação (que estavam na firma), eles enfrentam dificuldades até para identificar onde estão seus pertences.

Nos últimos meses, os negócios da Adonai foram assumidos pela Express Moving International. A companhia é de Moacir Santana, ex-sócio de Paulo Bezerra em uma das filiais da Adonai. Isso, porém, não resolveu o problema. A nova empresa até se compromete a liberar as cargas, mas exige novos pagamentos.

Uma das protagonistas desse drama é a brasileira Gisely de Assis dos Santos, de 42 anos. Morando em Vila Velha (ES) desde o ano passado, após três anos e meio em Hudson, Massachusetts, ela conta que este mês completará um ano que aguarda o recebimento de quatro caixas - de um total de oito - que estão retidas em Santos.

“As caixas saíram de lá no dia 30 de setembro de 2008 e até agora só recebi quatro”. Entre os itens “perdidos”, estão sua antiga mesa de jantar, quatro cadeiras e artigos para a casa. Segundo Gisely, o restante de seu carregamento está em um único contêiner.

Sem saber ainda quando ou se voltará para Hudson, Gisely se concentra apenas em agilizar a entrega dos seus pertences.Para isso,tem mantido contato com a Plancoex Assessoria em Despachos e Transportes e com a Alfândega de Santos.

Na Plancoex, a despachante Marcia Spagnolli explica que toda a documentação que a empresa possuía referente aos cofres foram encaminhadas para a Receita Federal, que analisa o caso. “Os processos ficaram parados e resolvemos enviar para a Alfândega o que tínhamos para que possam ajudar os clientes”.

A Plancoex tinha um acordo comercial com a Adonai e foi surpreendida com o problema. “A Adonai embarcou as caixas sem documentação, contato. Não fomos notificados de que os contêineres chegariam ao Brasil. Com isso, eles ficaram perdidos. Apenas alguns foram identificados pelo terminal, que entrou em contato conosco”.
A Tribuna
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