Especialista destaca importância da parceria entre países emergentes e desenvolvidos

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O especialista em Tecnologia Sustentável, Kazuma Yamane, em palestra na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no dia 25 de setembro, destacou a parceria de países tecnologicamente desenvolvidos como o Japão e nações emergentes com recursos naturais abundantes, como o Brasil, para que o mundo consiga superar seus desafios climáticos e ambientais. Em evento "Diálogo Brasil - Japão: o meio ambiente e a indústria", promovido pela Fiesp e pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo, ele ressaltou que o intercâmbio entre as nações é fundamental para o crescimento com responsabilidade ambiental.

Jornalista por formação, Yamane reconhece que nem mesmo ele sabe o que é o aquecimento global, que, para entendê-lo melhor, aponta um caminho que seria o uso da tecnologia, lembrando que o Japão possui iniciativas tecnológicas que visam a redução do consumo de energia e redução da emissão de gases poluentes na atmosfera. "É uma ciência muito complexa. Lutamos por algo que não é visível. Reduzir 20%, 30% de gases estufa, não temos isso quantificado, temos uma série de dúvidas. Então, devemos usar a ciência de vanguarda, utilizando tecnologia para sabermos isso automaticamente".

Yamane diz que o Japão vem investindo muito em produtos que não agridem o meio ambiente, isto é, voltados ao baixo impacto ambiental. Mas para que isso seja mundialmente difundido, ele avalia que será imprescindível um elo com países como o Brasil, que podem oferecer insumos que o Japão não possui. "A força industrial é capaz de vencer o aquecimento global. Nasce uma nova indústria. o Japão não tem terras, recursos naturais. Precisa se unir com um país como o Brasil. Precisamos estar cada vez mais juntos. Ajudar o mundo que nós podemos fazer por causa dessa relação peculiar. Brasil e Japão têm responsabilidades muito fortes nas mudanças climáticas", argumentou. E para iniciar essa aproximação, ele sugeriu reuniões conjuntas na área ambiental, talvez em São Paulo, entre a Fiesp, representantes dos países do BRICs, com o Japão fazendo a aproximação e coordenação desses eventos.

Segundo Yamane, se os países não agirem agora, num futuro breve grande parcela dos impostos e da força produtiva terá de ser voltada para salvar o planeta. Para o jornalista, apesar de altos custos iniciais em pesquisa e implantação, esse tipo de empreendimento irá representar uma economia significativa para o futuro, pois, ao seu ver, as mudanças climáticas terão um preço muito mais elevado do que qualquer política ambiental preventiva.

O especialista japonês menciona entre as tecnologias inovadoras e limpas que foram ou estão sendo desenvolvidas, a reciclagem industrial, com maquinário de ponta que separa rapidamente todos os componentes reutilizáveis de produtos industriais complexos; a reciclagem do lixo; veículos híbridos, movidos a eletricidade e a hidrogênio; equipamentos para energia solar e eólica; hidroavião que consegue aterrissar na água com maior capacidade de abastecimento (12 toneladas) para apagar incêndios bem como resgatar pessoas perdidas em tempestades; espuma química não-poluidora; tecnologia por monitoramento de satélites, que permite verificar desmatamento abaixo das nuvens, em breve, analisando com precisão e detalhes a emissão de CO2 no mundo; o agroflorestamento, um novo tipo de atividade agrícola, em que o plantio, principalmente de monoculturas como o cacau e a pimenta do reino, é feito junto à mata nativa, o que evita o desmatamento da região utilizada.

O diretor do Departamento do Meio Ambiente (DMA) da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis, disse que os esforços para combater os problemas ambientais devem ter atuação "com uma maioria conjunta de países". Para ele, o Brasil já possui uma economia de baixa produção de carbono, além de manter uma matriz energética limpa. "O Brasil é uma economia de baixa emissão de carbono na atmosfera. Mais da metade da energia vem de fontes renováveis. Nós estamos todos dentro de um mesmo barco no mundo e o mundo tem que encontrar soluções conjuntamente e esse é o princípio da convenção do clima, de todos nós compartilharmos os problemas, embora haja as nossas diversidades".

Nessa questão ambiental, o diretor da Fiesp ressaltou a importância da tecnologia bem como sua transferência para os países emergentes. "Através do conhecimento da tecnologia vamos avançar para mitigar os problemas ambientais. É preciso que países em desenvolvimento tenham acesso às tecnologias", destacou.

Thomaz Zanotto, diretor-titular-adjunto do Derex (Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior) da Fiesp, elogiou a postura do novo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, por ele ter prometido cortar 25% das emissões de gases-estufa do país até 2020, em relação a 1990. Zanotto reconheceu que o desmatamento é o grande causador da maior parte das emissões de CO2 no Brasil. Ele defendeu a transferência de tecnologia e o financiamento para a mitigação dos problemas climáticos no mundo. A Fiesp é uma das entidades mais importantes do Brasil. Conta com 132 sindicatos patronais associados, os quais representam, aproximadamente, 150 mil indústrias de todos os portes e das mais diferentes cadeias produtivas, e tem sob sua tutela nada menos que 42% do PIB industrial do país. Segundo dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2008, as indústrias de transformação paulista geravam 2,747 milhões de empregos no Estado de São Paulo.

Rubens Ito
CCIJB - Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil
2 Responses
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