Falta de nomes fortes dificulta palanques para Ciro e Marina

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Além das dificuldades com o pouco tempo na propaganda eleitoral na TV, as eventuais candidaturas presidenciais do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e da senadora Marina Silva (PV-AC) em 2010 podem ter problemas para obter palanques nos Estados devido à falta de candidatos fortes nas disputas regionais. Levantamento da Folha nos oito maiores colégios eleitorais (SP, MG, RJ, BA, RS, PR, PE e CE), com 91 milhões de eleitores (69,3% do total), mostra que o PSB não deve ter candidato em PR, MG, RJ e BA. Em São Paulo, não há definição.

O partido, por enquanto, impulsiona Ciro só no Ceará e em Pernambuco, enquanto Marina teria mais força no Rio. Os governadores Cid Gomes (CE), irmão de Ciro, e Eduardo Campos (PE) são candidatos à reeleição. No Rio, o PV tem a pré-candidatura do deputado federal Fernando Gabeira.

O PV esbarra na falta de nomes capazes de agregar votos à pré-candidata nos Estados. A senadora já disse que o partido vai trabalhar para ter candidato próprio em São Paulo, apesar de ainda faltar um nome "natural". Em Minas, segundo colégio eleitoral, o PV integra o governo do PSDB e também não tem um candidato forte. Na Bahia, o diretório trabalha pela reeleição do governador Jaques Wagner (PT), mas admite lançar candidato. "Não temos grandes nomes para polarizar com os principais atores da Bahia, mas, ainda que seja um nome frágil, vamos ter que obedecer à lógica nacional", disse Ivanilson Gomes, presidente do PV-BA. Ele cogita ainda ter candidato ao Senado.

O PV gaúcho decidiu ter candidato ao governo. Como forma de dar densidade eleitoral à sigla, vai tentar lançar a deputado pessoas conhecidas nos meios empresarial e cultural. No Paraná, o PV, que integra o governo Roberto Requião (PMDB), deve ter candidato próprio. O diretor de Itaipu Nelton Friedrich, ligado a Marina, já se colocou à disposição.

Palanques divididos
No Rio, terceiro colégio eleitoral do país, o PSB participa do governo do PMDB e não pretende ter candidato próprio.

O PSB-PR decidiu apoiar a possível candidatura de Beto Richa (PSDB) ao governo. Para o presidente regional do PSB, Severino Araújo, "é mais confortável para um candidato à Presidência ter um nome no Estado", mas nada impede que o partido apoie Ciro para presidente e Richa para o governo. O PSB mineiro integra a gestão Aécio Neves (PSDB) e não pensa em ter candidato próprio. Na Bahia, apoia o PT.

Secretário-geral do PSB, o senador Renato Casagrande (ES) diz que a intenção é ter candidatos onde for possível, mesmo que só para o Senado. Ele afirmou também que o PSB pode dividir palanques estaduais com as pré-candidatas Marina e Dilma Rousseff (PT).

Paulo Peixoto e Sílvia Freire
Folha de São Paulo
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