Rio e Madri na Final; Rio 2016 aposta em "legado real" e maciço apoio popular

Ecoturismo & Sustentabilidade

A delegação que defende a candidatura do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 reforçou em sua apresentação, nesta sexta-feira, em Copenhague, que a competição deixaria um legado "real" para a cidade, principalmente nas questões de infra-estrutura.

Para o secretário-geral do Rio 2016, Carlos Roberto Osório, a Olimpíada deixará benefícios não só no esporte, mas também no desenvolvimento econômico e social. "Poderemos prover bolsas escolares para jovens e professores, por isso, no Rio 2016 o legado que ficará será real. Nossa cidade ainda tem terra suficiente para o desenvolvimento e acomodações ideais", afirmou o secretário.

Osório ainda ressaltou que o comércio e os serviços também crescerão depois dos Jogos. "Em 2016 teremos também um legado comercial, onde centros de mídia continuarão como serviços, centros para congressos. Teremos um desenvolvimento das nossas vias também", garantiu Osório.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, falou logo depois do secretário e apostou no apoio popular como trunfo para a cidade brasileira. Esse fato, somado à preocupação com o meio ambiente, podem fazer a diferença, segundo Paes. "Os Jogos também fortalecerão padrões de sustentabilidade e por estar rodeado por florestas. A cidade terá 24 milhões de árvores plantadas e terá um legado para o meio-ambiente que será eterno. O apoio da nossa candidatura é de 85% com relação à população", explicou.

A apresentação do Rio de Janeiro foi a terceira entre as quatro cidades que disputam a sede da Olimpíada de 2016. Antes, Chicago e Tóquio fizeram seus discursos.

Por volta das 7h05 (de Brasília), o presidente de honra da Fifa e atual membro do COI, João Havelange, em francês, foi o primeiro a falar pelo Rio de Janeiro. Depois dele, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, tomou a palavra. Ambos ressaltaram o fato de a América do Sul nunca ter recebido os Jogos e também citaram histórias pessoais para mostrarem a vontade brasileira de organizar a competição.

Antes do discurso do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a candidatura exibiu um vídeo que exaltava as belezas naturais da cidade, como as praias, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. No entanto, as favelas não foram lembradas.

Sérgio Cabral e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, foram responsáveis por falar sobre os avanços econômicos e estruturais que o Rio teria com a sede da Olimpíada. Segundo Meirelles, a descoberta do pré-sal é uma das garantias que o Brasil tem para receber a competição em 2016.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, o secretário-geral do Rio 2016, Carlos Roberto Osório, e a medalhista olímpica de vela Isabel Swan falaram na sequência. Paes ressaltou a estrutura que a cidade já tem depois de ter recebido os Jogos Pan-Americanos em 2007 e ainda detalhou as novas obras que serão feitas. Já Swan falou em nome dos atletas e disse que os Jogos seriam um "incentivo a toda uma geração".

O discurso mais esperado veio por volta das 7h40 (de Brasília). O presidente Lula foi aos microfones "representando as esperanças de mais de 170 milhões de brasileiros". Ele baseou seu discurso nos avanços econômicos e sociais do País desde que assumiu a presidência, e também fez questão de ressaltar que a Olimpíada seria benéfica para toda a América do Sul. "Essa candidatura não é só nossa, é também da América do Sul, um continente com quase 450 milhões de homens e mulheres e cerca de 180 milhões de jovens, um continente que, como vimos, nunca realizou os Jogos Olímpicos. Está na hora de corrigir esse desequilíbrio", afirmou Lula.

Depois da exibição de um vídeo curto que retratava a união dos povos e raças, os representantes da candidatura brasileira responderam às perguntas dos membros do COI. A apresentação terminou com Jacques Rogge, presidente do COI, agradecendo ao Rio de Janeiro por participar da disputa. Ele convidou Nuzman e a jovem atleta Bárbara Leôncio a receber o diploma pela participação na disputa pela sede dos Jogos de 2016.

Depois do Rio, Madri será a última cidade a se apresentar. A decisão da sede dos Jogos deve sair por volta das 13h (de Brasília).


Allen Chahad
Terra.com.br
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