Sedimentos de lago no Ártico revelam aquecimento desde 1950

Ecoturismo & Sustentabilidade

Uma análise dos sedimentos de um lago no Ártico revelam mudanças biológicas e químicas ocorridas em 1950, como resultado de um aquecimento sem precedentes em 200 mil anos, revela um estudo publicado nesta segunda-feira (19).

"As últimas décadas são únicas em 200 mil anos em termos de mudanças biológicas e químicas observadas em sedimentos" do lago da ilha de Baffin, no Canadá, explicou Yarrow Axford, especialista da Universidade do Colorado, em Boulder (oeste), principal autor deste trabalho difundido nos "Anais da Academia Americana de Ciências" ("PNAS").

"Observamos indicações claras de um aquecimento em um dos locais mais isolados da Terra, em um período no qual o Ártico vivia um ciclo natural de esfriamento".

As mudanças ambientais neste lago durante o milênio passado estão estreitamente ligadas a causas naturais da evolução climática, como modificações periódicas da órbita terrestre, mas a partir de 1950 mostram que o ciclo de esfriamento do clima foi modificado por emissões de gases do efeito estufa de origem humana, destacaram os autores.

Um estudo divulgado pela revista "Science" de setembro, que reconstruiu a evolução das temperaturas no Ártico durante os últimos 2 mil anos, a partir de amostras glaciais, camadas de sedimentos de lagos e círculos de crescimento de árvores revela que o recente aquecimento inverte um ciclo natural de esfriamento de vários milênios --produto da mudança do eixo de rotação da Terra.

France Presse, em Washington
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