Dilma diz que falta de definição de metas para a conferência de Copenhague é absurda

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A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse neste domingo que a falta de uma definição de metas para a Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), em Copenhague, "seria uma posição absurda" porque houve tempo suficiente para os países envolvidos na discussão consolidarem uma proposta. Representante do governo na discussão, Dilma voltou a dizer que o Brasil já tem mostrado que terá um papel protagonista.

"Rigorosamente falando, ninguém assume o adiamento porque seria uma posição absurda. Houve prazo suficiente para que países apresentassem números. Tem uns que são obrigados a apresentar números, que são países do anexo 1, desenvolvidos. Acontece que em Copenhague ficou claro que pode até ter tempo diferenciado para finalizar todos os aspectos legais. Mas é inviável em dezembro, os números dos países desenvolvidos, que são números obrigatórios, tem de ser colocados na mesa. É impossível que os maiores poluidores do planeta não sejam instados a colocar números na mesa, concretos. Quanto é que vão reduzir? Quanto de financiamento vão disponibilizar para os países em desenvolvimento poderem tomar e fazer ações de adaptação quanto de mitigação. Vão financiar o que?", afirmou.

A ministra disse que a meta voluntária defendida pelo governo brasileiro que prevê uma redução entre 36,1% e 38,9% das emissões foi fechada porque é uma ação viável.

"Na prévia de Copenhague, fomos o único país em posição clara, com metas que são voluntárias, mas na prática são números concretos, quantificados, tanto em termo de CO2 e de percentuais. É a tentativa mais concreta de aproximação de um valor e o mais significativo porque os outros dois países que lançaram números, como a Coreia do Sul e Indonésia, sendo que a Indonésia falou em 26%, a Coreia em 30% e nós estamos usando a mesma metodologia deles, estão falando entre 36 e 39%", disse.

Para a ministra, a meta do governo é ousada porque está pautada por ações que já estão sendo colocas em prática. "Não só demos números maiores, como podemos atingir um esforço para o Brasil fazer o que propomos porque tem fundamento no que nós já fazemos. Nós já fazemos energia mais renovável do planeta, nós podemos fazer a agricultura mais renovável do planeta e a mais produtiva e temos essa meta grandiosa de reduzir o desmatamento na Amazônia que e de 80%", disse.

Folha de São Paulo
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