China afirma que não desistiu de acordo global sobre clima

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O embaixador chinês para mudanças climáticas disse nesta quinta-feira (17) que não desistiu de chegar a um acordo firme sobre o clima em Copenhague. Ele rejeitou comentários feitos por outras delegações de que a China havia desistido do acordo.

"Não sei de onde saiu esse rumor, mas posso garantir a vocês que a delegação chinesa veio a Copenhague com esperança e que não desistiu [...] Copenhague é importante demais para fracassar", disse Yu Qingtai à Reuters durante o penúltimo dia da conferência sobre o clima realizado na capital dinamarquesa.

Uma autoridade de um país ocidental envolvido nas negociações havia relatado mais cedo à Reuters que a China teria dito a participantes da conferência que não via possibilidade de se chegar a um acordo detalhado para combater o aquecimento global.

Essa autoridade, que pediu para não ser identificada, disse que os chineses sugeriram, em vez do acordo, a divulgação de "uma declaração política de algum tipo". O problema que incomodaria a China seria uma "questão de procedimento".

"Vontade"
O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, também já tinha afirmado que sua presença na conferência de Copenhague sobre o clima demonstra "a vontade da China" de lutar contra o aquecimento global, assim como a "sinceridade" do país.

"Ao participar nesta reunião, quero mostrar que o governo e o povo chinês dão grande importância ao problema da mudança climático", disse Jiabao ao embarcar para a Dinamarca.

"A China deseja trabalhar muito estreitamente com a comunidade internacional para enfrentar este desafio mundial, com a maior sinceridade e determinação", acrescentou o chefe de Governo chinês, que chegou na quarta-feira à noite em Copenhague.

Nesta quinta-feira, dezenas de chefes de Estado chegam a Copenhague na expectativa de assinar, até esta sexta-feira (18), um acordo para combater o aquecimento global.

A Dinamarca disse que está tentando simplificar uma série de textos preliminares complexos que foram negociados, para ajudar cerca de 120 líderes que participam da conferência nesta quinta-feira e na sexta-feira para chegar a um acordo.

Wen Jiabao deve apresentar na conferência da ONU a posição de Pequim, que não está obrigado a cumprir objetivos vinculantes de redução de emissões dos gases que provocam o efeito estufa pelo Protocolo de Kyoto, mas que se comprometeu a reduzir a intensidade de emissão de dióxido de carbono (emissões poluentes por ponto do Produto Interno Bruto) entre 40 e 45% até 2020, na comparação com os dados de 2005.

A China disse na quarta-feira à Dinamarca, que preside a conferência, que está junto dos países em desenvolvimento, que rejeitam os esforços da Dinamarca de selecionar pequenos grupos de negociação para agrupar os textos preliminares, pois alega que o processo tem de ser inclusivo.

Agência Reuters
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