Obama viaja a Copenhague com meta de corte de CO2 tímida e promessa de ajuda

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O presidente Barack Obama chega nesta sexta-feira (18) na cúpula do clima de Copenhague (COP-15) com a certeza de ter transformado a política americana sobre mudança climática e em busca de garantias de verificação ante um eventual acordo.

Obama passará apenas algumas horas em Copenhague, mas seus assessores acreditam que sua presença é um sinal claro de que o governo dos Estados Unidos, fortemente criticado por se opor à redução das emissões poluentes no passado, se converteu agora num líder a favor da luta contra o aquecimento global.

Inicialmente, Obama tinha a intenção de assistir a COP-15 durante sua abertura, antes de ir para Oslo, para receber o Prêmio Nobel da Paz, mas decidiu mudar seus planos pela necessidade de impulsionar um acordo.

"O presidente Obama está claramente comprometido com a obtenção de um acordo sobre o clima", afirmou Joe Romm, do Center for American Progress, um instituto de análise progressista.

Obama também enfrenta obstáculos em seu país, já que o Congresso pode rejeitar sua iniciativa para lutar contra a mudança climática devido a férrea oposição dos republicanos e os temores de que um corte das emissões de gases-estufa prejudiquem a recuperação econômica.

Metas
A administração Obama já anunciou que oferecerá uma redução das emissões de 17% para 2020 em relação a 2005. Esta cifra está muito abaixo das propostas por europeus e japoneses, e até mesmo do Brasil.

Todd Stern, enviado especial do clima dos EUA disse que a meta não seria melhorada durante a conferência.

Autoridades norte-americanas ressaltam que, desde que sucedeu George W. Bush em janeiro passado, Obama faz esforços sem precedentes para situar os Estados Unidos na vanguarda da luta contra a mudança climática.

A mesma fonte destacou que parte do plano de reativação econômica no valor de US$ 787 bilhões servirá para criar uma economia verde e sustentável, gerar novos empregos baseados nas energias renováveis e limitar o desperdício de recursos.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou nesta quinta-feira (17) em Copenhague e anunciou que os Estados Unidos vão contribuir com o fundo de US$ 100 bilhões que deve ajudar os países pobres a lidar com a mudança climática, mas cobrou das grandes economias emergentes transparência de seus compromissos nesse sentido e não adiantou valores.

"Em muitas ocasiões no passado, todas as principais economias se comprometeram com a transparência. Agora que estamos tentando definir o que esta transparência significa e como podemos implementá-la e observá-la, ocorre uma marcha a ré nessa transparência e isso, para nós, é algo que prejudica todo o esforço com que estamos comprometidos", declarou a chanceler americana.

"Se não houver um compromisso sobre a transparência, consideramos que não pode haver acordo. É preciso ter um compromisso a respeito da transparência", acrescentou.

Os Estados Unidos estão preocupados em poder verificar, medir e controlar os esforços iniciados pela China em termos de mudança climática.

France Press
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