China critica proposta de redução de poluentes da UE; entenda meta chinesa

O diretor do departamento de Mudança Climática da Comissão de Reforma e Desenvolvimento do governo chinês, Su Wei, afirmou que a União Europeia (UE) "não cumpre suas obrigações com os países em desenvolvimento", e propôs reduzir as emissões poluentes em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB).

As críticas à UE de Wei, que lidera a delegação chinesa na cúpula de Copenhague, se juntaram às do Ministério de Relações Exteriores do país, já que segundo a porta-voz Yu Jiang, os países desenvolvidos devem liderar a redução em emissões "mas também transferir fundos e tecnologia aos países em desenvolvimento".

Enquanto isso, especialistas independentes começam a analisar friamente a oferta de Pequim e que foi tão bem recebida a princípio em Copenhague, pois até então o governo chinês não havia feito propostas significativas para enfrentar a mudança climática.

Truque chinês
Embora possa parecer que a China tenha anunciado a redução de 45% das emissões de CO2, na realidade o que diminuirá é um conceito mais sofisticado chamado "intensidade de carbono", ou número que se obtém ao dividir as emissões de dióxido de carbono de um país por seu PIB.

Ou seja, se a China aumentar muito seu PIB, poderá cumprir o prometido, sem diminuir o CO2 lançado à atmosfera pelas fábricas ou até mesmo aumentá-lo, sempre que o crescimento deste aconteça em ritmo menor que o de seu PIB.

Se, por exemplo, a China emitir 100 toneladas de CO2 e seu PIB for de 20 trilhões de iuanes, sua intensidade de carbono será 5 (resultado da divisão dos números).

Ao ter prometido diminuir em 45% a intensidade de CO2, o número 5 poderia se transformar, por exemplo, em 3, resultado que se obteria também se os dois fatores da equação aumentarem --tanto as emissões como o PIB--, mas não haveria diminuição de emissões.

"O mais provável é que haja um aumento lento das emissões de dióxido de carbono ou uma estagnação, já que diminuir significaria fechar indústrias, e a China não fará isso", concluíram os especialistas.

Agência EFE
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