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Depois de líderes internacionais classificarem de "fracasso" a Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague no início deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, afirmaram nesta segunda-feira (28) que o encontro foi positivo.
Em conversa por telefone que durou cerca de dez minutos, Lula e Ban Ki-mon admitiram que a cúpula não terminou com o progresso esperado, mas avaliaram que não houve fracasso durante a reunião.
Os dois trocaram opiniões sobre a cúpula e questões climáticas. Na conversa, Lula reiterou que a ONU é o foro apropriado para que a discussão das mudanças climáticas seja tratada institucionalmente. O telefonema, que ocorreu por iniciativa de Ban Ki-moon, foi o primeiro contato entre Lula e o secretário-geral da ONU depois da cúpula de Copenhague.
Após o encontro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, qualificou de "justificada" a decepção com o resultado da conferência sobre o clima em Copenhague. Já o ministro do Meio Ambiente sueco, Andreas Calgren, cujo país ocupa a presidência de turno da União Europeia (UE) até o final do ano, qualificou de "desastre e grande fracasso" a COP-15.
O sueco disse que a UE começará a explorar "alternativas de trabalho", já que, após dois anos de intensas negociações internacionais, a COP-15 "foi um grande fracasso, com o qual temos que aprender".
Lula, por sua vez, responsabilizou na semana passada os países europeus pela falta de um acordo com metas mais ousadas na cúpula do clima de Copenhague. Segundo Lula, a União Europeia se escondeu atrás de uma possível proposta norte-americana para que o protocolo de Kyoto não fosse cumprido.
O presidente disse que pensou em abandonar a conferência, mas esperou pelo posicionamento do governo norte-americano. Apesar das críticas, Lula disse que o quase-acordo foi o melhor resultado possível e que aguarda que na conferência no México, as metas sejam mais claras.
A 15ª Conferência da Mudança do Clima da ONU (COP-15) terminou dia 18 de dezembro, em Copenhague, sem alcançar um acordo que obrigue os países a cumprirem metas de redução de gases. O objetivo do encontro era fechar um acordo para suceder o Protocolo de Kyoto, que foi assinado em 1997 e regula as emissões de gases do efeito estufa para 37 países industrializados, e cuja primeira parte expira em 2012.
Folha Online
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