Pantanal: um destino encantador do Mato Grosso do Sul

Certamente você já deve ter lido inúmeras matérias sobre o Pantanal, mas certeza ainda é que a maioria delas fala do lado localizado no Mato Grosso do Sul, explorado pelo turismo até a última gota de suas águas. O que a maioria dos brasileiros desconhece é que o lado do Pantanal que se espalha pelo estado do Mato Grosso é ainda mais belo, quase inexplorado e muito mais selvagem.

Araras Eco-lodge
Alguns hotéis e pousadas localizam-se ao longo da rodovia Transpantaneira, a única estrada que leva o turista ao coração do Pantanal, localizada a 102 km de Cuiabá, com início na cidade de Poconé. Escolhemos a Pousada Araras Eco-lodge para nossa hospedagem. O motivo desta escolha foi por conta da responsabilidade ambiental e social que envolve todo o trabalho ecológico e sustentável da pousada, desde a sua construção, até as atividades desenvolvidas especialmente para os hóspedes, foram pensadas e preparadas em perfeita harmonia com o meio ambiente e permitem aos hóspedes desfrutar das melhores experiências pantaneiras.

Caminhada e cavalgada
O dia começa bem cedo, observar a diversidade da fauna pantaneira é o principal atrativo das atividades, às 7h da manhã o grupo é reunido para início da caminhada pela reserva do Araras Ecolodge. Acompanhado por guias locais, adentramos a mata composta de florestas, cerrado, campos, além da vegetação característica dos alagadiços. Ouvíamos os pássaros cantando bem perto, mas era difícil enxergá-los.

Apenas quando você está totalmente envolvido no ambiente é que a visão muda o ângulo, aí sim, começa a ver a natureza ao seu redor. Um ninho de araras azuis estava bem pertinho. Tucanos multicoloridos escondem-se na vegetação. Jacarés e capivaras são figuras fáceis de encontrar, mais longe, três emas passaram apressadas, o astro do dia foi um Tamanduá Mirim que acabara de descer de um tronco e imóvel, esperava não ser visto por nós. Logo deu-nos as costas e saiu andando.

Atividade obrigatória no Pantanal, a cavalgada pelos alagados é a melhor forma de explorar os campos e capões. Nas árvores distantes, garças, colhereiros, periquitos, araras e outras aves. De repente um porco do mato aparece para ver o que há de novo. Curiosos e perigosos normalmente andam em bandos que atacam quando se sentem ameaçados, este ficou ali, espiou e logo sumiu na mata.

Safáris Fotográficos
A Transpantaneira é mais um palco dos famosos safáris fotográficos no Pantanal. Construída como aterro, a estrada é elevada, o que facilita a vista da flora e fauna pantaneira. A poucos quilômetros do portal, você é convidado a assistir um dos mais belos espetáculos da natureza: nos campos alagados animais de diversas espécies além de muitas aves, com destaque para o enorme Tuiuiú, vivem pacificamente neste complexo ecossistema. O safári oferecido pelo Araras Ecolodge percorre boa parte desta estrada num caminhão adaptado, parando em locais estratégicos para observação e ótimas fotos.

A vida no Pantanal muda completamente ao anoitecer. Para observar a atividade noturna, saímos no caminhão para focagem de animais. Atentos aos sons, muito diferentes dos diurnos, os guias localizaram vários animais: duas grandes corujas, uma família de lobinhos, dois guaxinins e um grande Tamanduá Bandeira que cruzou a estrada bem na nossa frente, uma noite e tanto!

Canoagem e churrasco à pantaneira
A bordo de canoas canadenses entramos nas águas do Rio Clarinho, a novidade na fauna eram as aves representadas por outras espécies, como o Socó-beija-flor, que tivemos o privilégio de avistar, e as ariranhas, que circulam de um lado a outro do rio em busca de comida.

Para o almoço, o churrasco preparado à maneira do Pantanal, tudo muito bom! Antes de voltar, pescamos algumas piranhas para a sopa do jantar, claro que algumas acabaram na boca do jacaré que estava ali de plantão, só esperando...

Pôr-do-sol na Torre do Bugio
O pôr-do-sol é um dos momentos mais especiais no Pantanal. Nada melhor do que vivenciá-lo numa Torre a 25m do chão. Como já diz o nome, os macacos Bugios habitam a copa das árvores próximas à torre, o que não sabíamos é que estávamos sendo seguidos por eles. Ao chegarmos à torre, três macacos, dois machos (pretos) e uma fêmea (castanha), surpreenderam-nos. Com a época da seca estes animais têm medo de descer das árvores para beber água e serem caçados por predadores, sabendo que a maioria dos turistas leva água consigo, chegam de mansinho e roubam-lhes as garrafas. Muito espertos, já sabem tomar a água no gargalo das garrafas ou em copos. Interagir com eles é uma experiência inesquecível!

Aos poucos, o céu se tinge com tons alaranjados. Os animais buscam seus ninhos e as aves apresentam um show de revoadas, ninguém fala. O fim do dia neste paraíso natural é apenas de contemplação, lindo!

Quando cai a noite, em volta da fogueira o convite para a roda de viola com os melhores violeiros da região, oportunidade para compartilhar da cultura pantaneira.

Quando ir:
Na seca, entre julho e novembro, é mais fácil de avistar os animais.
Entre fim de dezembro a março, época de chuvas a vegetação fica mais exuberante. Na vazante, que compreende o período entre as duas estações, as águas baixam e começam a revelar outras belezas escondidas pelas águas. Este ciclo se repete todos os anos, escolha a melhor época para sua visita.

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