Amapá assina acordo de cooperação com a guiana

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O governador do Amapá, Waldez Góes, e o prefeito da Guiana Francesa, Daniel Ferey, assinaram o termo de cooperação técnica na área de Defesa Civil e Proteção e Combate a Incêndio na região de fronteira. O documento foi assinado no encerramento da Quinta Reunião de Cooperação Mista Transfronteiriça, realizada em Macapá, que reuniu líderes dos dois países para mais uma rodada de negociações relacionada a temas ligados ao desenvolvimento da região de fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa.

“Nós estamos vendo crescer cada vez mais essa relação seja na área social, econômica e cultural, fruto da boa relação que o Brasil e a França vêm desenvolvendo ao longo desses anos”, disse Waldez, ressaltando que o laço de amizade pode ficar ainda maior quando for inaugurada a ponte binacional, que vai ligar o Amapá a Guiana Francesa, e respectivamente o Brasil a França. “Isso é um trabalho que vai beneficiar todos os brasileiros que vivem na guiana francesa e seus familiares que vivem no Amapá”.

O acordo foi apenas mais um, entre tantos outros que estavam em pauta para que os dois governos dessem andamento na implementação de projetos de interesses dos dois países, em diferentes áreas como migração, transporte, meio ambiente, saúde, educação, banda larga e ampliação de linhas áreas para o Amapá. O próximo encontro entre os dois países está marcado para setembro, quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozi se encontram para as comemorações do ano da França no Brasil. Durante o evento, os presidentes devem voltar a tratar dos assuntos discutidos no Amapá, através do documento que será elaborado pela diretora do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que comandou os trabalhos.

O encontro foi considerado positivo pelo lado francês. “Somos o único país da Europa a fazer fronteira com a América Latina e esse bom relacionamento entre os dois países serve de exemplo para os demais que é possível fazer políticas reunindo interesses dos dois lados pensando no benefício de toda a população”, disse a diretora das Américas e do Caribe do Ministério dos Assuntos Estrangeiros e Europeus da França, embaixadora Elisabeth Beton Delegue.

A reunião
Durante dois dias, representantes dos governos brasileiro e francês voltaram a debater sobre os assuntos ligados ao desenvolvimento da região de fronteira entre o Amapá e a Guiana. Um dos pontos alto das discussões foi a questão da exploração ilegal de minérios em terras francesas, que tem gerado conflitos entre garimpeiros e a polícia francesa.

“No ano passado, durante a visita do presidente Nicolar Sarkozi ao Brasil, foi assinado um acordo para o combate e a extração ilegal de ouro na região de fronteira. O acordo está em tramitação no congresso nacional e é do nosso interesse combater esse tipo de atividade e conseqüentemente evitar a poluição de rios”, disse a embaixadora.

Por outro lado, a embaixadora solicitou a criação de um grupo de trabalho para cuidar dos brasileiros em situação irregular na Guina Francesa. Por conta disso, pede o empenho do lado francês para a possibilidade de instalar uma representação do consulado brasileiro em Saint-George. “Esperamos assinar esse acordo em setembro e isso nos permitirá uma troca de idéia de como encaminhar as diferentes questões e os diferentes problemas que decorrem da presença de brasileiros em situação irregular na Guiana”. Por conta da construção da ponte binacional, o governo do Amapá chamou a atenção para a possibilidade do Estado em voltar a contar com outras linhas áreas, principalmente, ligando a capital a Caiena.

“Existe uma proposta do presidente Lula para ser apresentada durante o Fórum de Governadores, que acontece em setembro em Macapá, que diz respeito aos estados amazônicos. Nós vamos pedir que nessa proposta contemple na relação a região da Guiana Francesa/Amapá, uma vez que vamos está buscando caminhos para ter transporte com mais segurança, com mais competitividade, com preços mais baratos e com mais freqüência na região, é importante que crie essa conexão desta articulação para solucionar o problema internamente do Brasil a partir da região amazônica”, disse Waldez.

Revista Ecoturismo
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