Originalmente empregados pelas indústrias de perfumes e de condimentos alimentícios, os óleos de especiarias matadoras já estão disponíveis no atacado e podem em breve chegar às prateleiras do varejo, caso seu uso venha a se generalizar, dizem os pesquisadores.

Além disso, esses pesticidas completamente naturais seriam inofensivos, calcula Isman, porque eles já estão em uso generalizado como ingredientes para perfumaria e no mercado de condimentos para alimentos. Já existem empresas trabalhando para levar os óleos de especiarias em formato que permita uso agrícola no combate aos pesticidas, ele acrescentou.


As especiarias matadoras causam espasmos fatais

As pesquisas de Isman sugerem que os óleos de especiarias interferem com o sistema nervoso dos insetos, e causam tamanha hiperatividade em seus músculos que, em resumo, os insetos sofrem uma sucessão de espasmos que se provam fatais. Os óleos também podem prejudicar as membranas celulares de um inseto, causando vazamentos fatais de fluidos essenciais. Os óleos de especiais são mais efetivos contra os insetos de menor porte e de corpos macios que sugam sucos de plantas, como os afídeos, aleirodídeos e tetraniquídeos.

"Os insetos pequenos e de corpos macios são mais vulneráveis a ter suas membranas derretidas ou sufocadas pelos óleos", diz Isman. Os insetos pequenos também oferecem área de superfície extensa, em comparação com seu volume interno, de modo que porções maiores do animal ficam em contato com o óleo, acrescentou.

Já que as "especiarias matadoras" são naturais, seria de pensar que os insetos tivessem evoluído defesas contra elas. Mas os cientistas acreditam que a probabilidade de desenvolvimento de defesas contra pesticidas de base vegetal possa ser baixa, porque eles são misturas químicas complexas e portanto a defesa contra eles é mais complicada. "Com a maioria dos pesticidas convencionais, existe um veneno que é um produto químico isolado", diz Isman.