Para Dilma, Marina não representa projeto de Lula

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Durante visita ontem à igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador, para agradecer a cura de um câncer, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) beijou crianças, ofereceu abraços, posou para fotos e ainda cantou músicas religiosas.

Em entrevista coletiva na cidade, ela disse que a senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência no ano que vem e ex-ministra do Meio Ambiente, "não é uma pessoa que represente o projeto do governo do presidente Lula". "Mas não há por que desrespeitar ou desconsiderar um projeto que se proponha ou se coloque como alternativa", disse.

Dilma foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a pré-candidata do PT à sua sucessão em 2010. Desde março, ela já participou de cerimônias de ao menos três igrejas (veja quadro ao lado). Questionada ontem se era religiosa, a ministra citou a Igreja Católica, dizendo que "é de onde eu sou e onde eu fui curada". O câncer linfático foi diagnosticado em abril, e dois meses depois os médicos disseram que ela estava curada.

O padre Edson Menezes, que comandou a missa da qual a ministra participou, aproveitou a cerimônia para declarar apoio à pré-candidata: "O povo brasileiro precisa muito dela. Esperamos que ela tenha êxito em seus projetos".

A visita de Dilma à Bahia deve durar três dias. Ontem, a ministra visitou as Obras Sociais de Irmã Dulce (centro filantrópico) com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

Logo em seguida, Dilma seguiu para o município de Feira de Santana (108 km de Salvador), onde assinou contrato de concessão de duas rodovias federais e visitou obras de um hospital estadual. À tarde, Dilma foi à cidade de Cipó, de 15 mil habitantes, onde fez discurso em uma praça. Em 13 minutos de fala, a ministra, que negou estar em campanha, citou Lula 22 vezes.

Dilma, que ainda cumpre agenda hoje em Salvador, está na Bahia deste anteontem, quando foi à festa de aniversário do diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima. Sobre a campanha eleitoral, Dilma falou que a disputa deve ficar entre um candidato do governo Lula e outro que represente a administração anterior. "O confronto será entre os projetos que o Brasil teve realizado nos últimos anos. É só ver o que aconteceu de 2003 [começo do governo Lula] para cá e o que aconteceu antes", disse.

Ela minimizou as pesquisas de opinião para a Presidência que apontam vantagem do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). "É só um retrato do momento. Não vou brigar nem esgrimir com os números", afirmou.

Matheus Magenta
Folha de São Paulo

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