Falhar em Copenhague não é uma opção


Se o mundo falhar em entregar um acordo político na conferência da ONU em Dezembro, será como se todo o sistema democrático global não fosse capaz de apresentar soluções para um dos desafios definitivos do nosso século.

Um acordo global será estabelecido na conferência da ONU COP15 em Copenhague em Dezembro? Com o relógio batendo e um dos maiores impasses políticos ainda por ser resolvido, muitas pessoas tem levantado suas suspeitas.

Enquanto milhares de negociadores ainda estão lutando para entregar alguma meta que seja possível de cumprir, eu fico no aguardo para que o acordo seja selado. Enquanto essa matéria é escrita, eu relembro aqueles filmes apocalípticos onde o futuro da Terra é uma catástrofe total e percebo que nada é tão surreal quanto parece.

Se todo o mundo chegar a Copenhague e sair de lá sem fazer o acordo político necessário, eu penso que seja uma falha que não é somente sobre mudanças climáticas. Então, estamos falando de todo um sistema democrático global não sendo capaz de entregar resultados sobre um dos desafios definitivos do nosso século. Isto é, mas não deveria de maneira nenhuma ser uma possibilidade. Não é uma opção!

Eu acho que Copenhague é uma janela de oportunidade que não deveria ser perdida, porque pode levar anos até que o mundo reviva este momento de preocupação ambiental. Connie Hedegaard, ministra de Energia e Clima da Dinamarca, acredita que se o acordo não for feito em Copenhague, dificilmente será feito em outro momento, pois será difícil de exercer uma pressão similar como essa que os governantes têm sofrido nesses dias para chegar a algum acordo climático. Ela acredita que devemos ter muito cuidado para não perder esta oportunidade, e que seria uma irresponsabilidade nossa não usar esse momento atual.

Eu vejo a necessidade de ter algo assinado e acordado em Copenhague, mas eu acho que vai ser muito difícil de ter todos os pequenos e finais detalhes de um novo tratado feito. O novo acordo climático irá substituir o Protocolo de Kyoto, que foi feito em Kyoto no Japão em Dezembro de 1997 e entrou em ação em 16 de Fevereiro de 2005. Os Estados Unidos que não tinham aceitado o último acordo global, parece que finalmente acordou e se mostrou bem mais interessado em firmar metas e se esforçar para cumpri-las.
Quais consequências nós podemos esperar e o que podemos fazer?

Muitos dos efeitos do aquecimento global foram bem documentados. É a sua precisa extensão que é difícil de prever.

Prever as conseqüências do aquecimento global é uma das tarefas mais difíceis para os pesquisadores do clima. Primeiramente por causa do processo natural de precipitação, tempestades, aumento do nível do mar e outros efeitos esperados do que aquecimento global depende de muitos outros diferentes fatores. Segundo, porque é difícil de prever o tamanho da emissão de gases poluentes nas décadas vindouras, uma vez que isto é determinado grande parte por decisões políticas e inovações tecnológicas.

Dentre os efeitos possíveis temos:

  • Mais secas e inundações
  • Menos neve e gelo
  • Mais incidentes de climas extremos
  • Aumento do nível do mar


Tudo isso, é claro, deveria nos alertar e nos deixar preocupados. Todavia, eu acho que meu vizinho pensa diferente. Não, não sou vizinho do Obama. O que me preocupa é que por mais que Copenhague seja um sucesso e políticos se comprometam em fazer o máximo para salvar o planeta, se a sociedade, se indivíduos não se comprometerem, a causa estará perdida. É que ás vezes não percebemos que ações locais têm grandes efeitos mundiais. Se eu não sou ecologicamente consciente, e aqui não falo de ser extremista da causa verde, serei um grande responsável pela catástrofe mundial. Que isso não pareça uma ameaça, longe de mim, eu falo de uma realidade tão eminente que não entendo como as pessoas têm tanta dificuldade em perceber. Espero que todos pensem além da COP15, pensem no futuro!

Leonardo Picarelli
Foto: Jim G
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