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Na calada da noite, em paralelo à reunião emergencial dos líderes reunidos em Copenhague, na Dinamarca, teria tentado mais uma vez apresentar uma terceira solução como base para os negociadores que não o Protocolo de Kyoto e o documento produzido pela LCA, o Grupo de Ações de Longo Prazo. A proposta, encarada pelos países que compõem o G77 do países em desenvolvimento e emergentes, encarou a proposta como uma tentativa de fundir os dois textos e assim acabar com o Protocolo de Kyoto, o único documento existente atualmente que compromete os países a agir contra as mudanças do clima.

Inconformados, os representantes do G77 se negaram a continuar o diálogo e deixaram a sala de negociações, de acordo com um membro da delegação brasileira. Eles entendem que se trata de uma manobra dos países ricos para não mais se responsabilizar pelo histórico de emissões de gases, muito superior ao dos países em desenvolvimento, e de diminuir as suas próprias metas de redução de emissões.

Além disso, por trás da tentativa de abandonar Kyoto estaria a vontade de não financiar as ações de mitigação nos países pobres.

Pessimismo no último dia

A reviravolta, somada ao fato de que a reunião emergencial dos chefes de Estado e de governo teria avançado em alguns pontos, mas estaria longe do consenso, levam o clima em Copenhague a se deteriorar. A tendência é não mais por acordo, mas sim uma declaração política dos líderes a fim de encaminhar as discussões para a próxima COP. "Está tudo bloqueado de novo", afirmou outra fonte na delegação.

Essa teria sido inclusive a razão pela qual o presidente Lula decidiu não conversar com a imprensa após a reunião dos líderes, na madrugada de hoje. Ele resumiu o clima em uma frase: "estou rindo para não chorar".

COP-15

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Terra.com.br