O secretário Especial de Desenvolvimento de Infra-estrutura, Odival Monterrozo Leite, representou o Governo do Amapá na segunda Reunião da Comissão Intergovernamental Brasil-França para a Construção da Ponte sobre o Rio Oiapoque. O encontro aconteceu no Ministério da Ecologia, da Energia, do Desenvolvimento Sustentável e do Ordenamento Territorial, em Paris, na França.

A pauta da reunião foi elaborada pelo Itamaraty, e, entre os assuntos tratados, está a homologação definitiva da empresa responsável pela construção da Ponte Binacional, que vai interligar o Amapá ao Platô das Guianas. O encontro também tratou de questões como contratação, desembolso financeiro e data de início das obras. Odival Monterrozo relembrou que apenas cinco empresas entre brasileiras e estrangeiras se habilitaram para construir a obra da Ponte Binacional. O investimento soma R$ 55 milhões, e será custeado pelos Governos Brasileiro e Francês. Monterrozo citou que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) é quem tem a competência para emitir a Ordem de Serviço para o início das obras. A ponte será construída na fronteira de Oiapoque (Brasil) e Saint-Georges (Guiana Francesa).

A estimativa é que a construção da Ponte Binacional gere cerca de 500 empregos diretos e indiretos, incluindo mão-de-obra especializada, operacional e de fiscalização. Monterrozo avaliou que tanto a França, quanto o Brasil, dispõe de empresas com know-how suficientes para executar a obra. Monterrozo é o único gestor do Governo do Amapá com assento assegurado na Comissão Intergovernamental Brasil-França para a Construção da Ponte sobre o Rio Oiapoque, sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores.

Macapá sediou a Quinta Reunião da Comissão Mista de Cooperação Transfronteiriça Brasil-França, onde foram avaliados os principais temas da agenda bilateral Amapá-Guiana. Assuntos como o comércio entre as duas fronteiras, transportes, cooperação técnica, meio ambiente, energia, desenvolvimento social, integração regional, educação, cultura, ciência e tecnologia, comunicação, turismo e agricultura constaram na pauta do evento.
 

O ponto alto da reunião foi a inauguração do Centro Cultural Franco-Amapaense, agenda que integra a programação do Ano da França no Brasil. Uma delegação de cerca de 40 autoridades francesas e guianenses foi recepcionada no Amapá pelo governador Waldez Góes e a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, diretora do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores (MRE), que representou o governo brasileiro na reunião da Comissão Mista de Cooperação.

Na avaliação do secretário especial da Governadoria, Coordenação Política e Institucional, Alberto Pereira Góes, as relações entre o Amapá e a Guiana evoluíram muito nos últimos sete anos quando ambos os governos mostraram vontade e trabalharam para dar uma estrutura mais forte e clara à cooperação bilateral na fronteira entre o Brasil e a França. O novo centro cultural funcionará ao lado da Escola de Língua Francesa Danielle Miterrand, estrutura mantida pelo Governo do Estado e que já formou milhares de professores para a rede pública de ensino além de oferecer cursos para funcionários públicos, empresários e interessados de vários segmentos.

Equipado com seis salas multifuncionais, um hall para exposições apresentações, eventos e um auditório com capacidade para 250 pessoas, o Centro Cultural Franco-Amapaense é o primeiro no Estado a ser equipado com sistema de tradução simultânea. O sistema é permanente e foi adquirido com recursos da prefeitura de Caiena. A construção do prédio ficou por conta do Governo do Amapá. “Agora nós vamos pleitear ao governo Francês que construa o centro de cultura brasileira na Guiana Francesa. Nós queremos fazer a mesma parceria, oferecendo os recursos necessários para equipar todo o centro em Caiena. E assim nós vamos construindo as relações bilaterais solidamente aguçando o debate e reforçando os acordos que envolvem também os governos centrais”, disse o governador Waldez Góes.

O encontro transfronteiriço permitiu também aprofundar os laços de cooperação em áreas chave de interesse comum, possibilitando ainda estreitar entendimentos com vistas à formalização de diálogos setoriais em novos campos de cooperação, com ênfase nas questões consulares e migratórias como fluxo de pessoas e mercadorias, abertura de repartições consulares em Saint-George e Oiapoque, além de cooperação operacional.