Toda empresa deveria saber o poder do jornalismo

Não, não estou pregando uma enxurrada de matérias pagas e jogando na lata do lixo o jornalismo investigativo, de interesse público, a favor da sociedade, não é isso.

Noblat escreveu no livro “A arte de fazer um jornal diário”, que os meios de comunicação são empresas como outras quaisquer, ou seja, tem gastos, funcionários, etc. É pura verdade, os jornais precisam sobreviver. Super herói com casa, comida e roupa lavada sem ganhar dinheiro só tem na ficção.

Parceria (empresa X jornal) é uma ótima via de mão dupla, o empresário que percebe isso só tem a evoluir. É obsoleta a empresa em pleno século XXI que não tenha um setor de comunicação, uma assessoria de imprensa ou no mínimo auxílio de um consultor da área.

Assim como tem que haver alguém para administrar as finanças, tem que haver alguém para cuidar do relacionamento com a imprensa, para ver o que de noticioso ela tem a mostrar a sociedade, um profissional para treinar os demais funcionários que poderão servir de fonte para os repórteres, sugerir pautas e é claro, sempre manter proximidade com os veículos de comunicação.

Não se trata de “comprar” os jornais e sim de saber que eles são tão fundamentais para o desenvolvimento quanto os produtos ou serviços prestados.

Os meios de comunicação existem porque há um público sedento por informação a todo instante, logo consumidores, que estão interessados em saber o que a responsável pelo produto ou serviço que utilizam no dia a dia faz para o bem coletivo, por exemplo.

Hoje as atitudes das empresas falam por si tanto quanto a qualidade de sua produção.

Não é à toa que as faculdades de administração oferecem na grade acadêmica a disciplina de Comunicação Empresarial, mesmo sendo superficial devido ao tempo do curso, a disciplina tem o objetivo que despertar no profissional a necessidade da empresa em se comunicar com seus clientes.

A concorrência voraz faz valer o velho ditado que diz que o mundo é dos espertos. E esperto é aquele que descobre o poder da comunicação e muda a forma de agir, passa a pensar no consumidor não só como uma fonte de lucro.

Já percebeu quantos desastres naturais teve esse ano? O que sua empresa fez para ajudar alguma vítima? Você não tem nada a ver com isso?

Lembre-se do velho ditado: “não basta existir, tem que participar”. Se você tem uma empresa, por mais modesta que seja, comece a pensar o que ela faz de bem para meio em que está inserida.

Ajudar ao próximo também é ajudar a si, o consumidor gosta de receber a notícia que o produto que consome tem responsabilidade social. Mas para ele saber isso é preciso duas coisas: 1º) Agir, fazer. 2º) Imprensa para divulgar.

Pense nisso.

Já que o artigo está recheado de ditados populares, nada melhor que terminar com um trecho de uma música de Zé Ramalho.

“Se em terra de cego quem tem um olho é rei, imagina quem tem os dois.”

Laércio Guidio
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